Arquivos mensais: outubro 2015

Pesquisa aponta limitações da China para projetar sua influência.

Poucos líderes de países em desenvolvimento confiam nas instituições financeiras da China. É o que aponta uma recente pesquisa que revela as limitações nos esforços de Pequim para projetar sua influência sobre países pobres, mesmo tendo gastado bilhões em auxílio financeiro nos últimos anos. Para ter uma ideia, somente países da África, receberam, entre 2000 e 2013, US$ 95 bilhões em auxílio e financiamento de Pequim.

A pesquisa foi realizada pela AidData, uma empresa de pesquisa americana que analisa fluxos de auxílio financeiro para desenvolvimento. Ela analisou 126 países pobres e em desenvolvimento. Entre os líderes consultados estão 47 chefes de Estado de países pobres e em desenvolvimento, além de quase 250 ministros e chefes de órgãos regionais.

O levantamento mostrou que os três principais canais de auxílio financeiro de Pequim – o Banco de Desenvolvimento da China, Banco de Exportação e Importação da China e as embaixadas do país – parecem lutar para obter credibilidade nos países que têm como alvo.

Segundo a análise, a confiança no aconselhamento financeiro do Banco de Desenvolvimento da China foi listada em 75º lugar, entre 86 instituições de auxílio financeiro. O Banco de Exportação e Importação da China também não alcançou uma boa posição, ficando em 59º lugar. As embaixadas chinesas, por sua vez, ficaram em 70º lugar no ranking. “A China ocupou os últimos lugares”, disse Brad Parks, um dos autores do levantamento.

Apesar da desconfiança, China é vista como a próxima líder global

Outra pesquisa, feita pelo Pew Research Center, um dos mais importantes centros de pesquisa dos EUA, mostrou que a China é vista como o país mais provável de se tornar a próxima potência mundial, superando os EUA.

A pesquisa, que estudou a balança de poder global, pesquisou 20 países entre 2008 e 2013. No período analisado, o percentual de países que enxergavam os EUA como a maior potência econômica do mundo caiu de 47% para 41%, enquanto a média percentual chinesa subiu de 20% para 34%.

Essa tendência foi observada, principalmente, entre países aliados dos EUA. No Reino Unido, por exemplo, 53% dos entrevistados afirmaram que a China lidera a economia global, contra apensa 33% em favor dos EUA. Na Alemanha, a diferença foi ainda maior, com 59%, ou seis em cada 10 entrevistados, apontando a China como líder na economia global, contra apenas 19% para os EUA.

Fonte: Financial Times-China’s aid splurge fails to bridge credibility gap in Africa