Contração do comércio externo empurra China para novos estímulos

Hoje foram conhecidos novos dados desapontantes sobre o comportamento da economia chinesa. Em Outubro, as exportações chinesas caíram 6,9% face ao mesmo período no ano passado, representando a quarta queda mensal consecutiva. Já as importações escorregaram 18,8%, deixando o país com um superávit comercial recorde de 61,64 mil milhões de dólares (57,38 mil milhões de euros), divulgou a Administração Geral das Alfândegas este domingo. A quebra das importações deveu-se em grande medida à fraca procura por carvão, ferro e outras ‘commodities’.

A queda registada nas exportações de Outubro foi influenciada pelo comércio com economias desenvolvidas, de acordo com dados da alfândega. Os embarques para os EUA recuaram 0,9% este ano. As exportações para a União Europeia diminuíram 2,9% e as exportações para o Japão baixaram 7,7%.

Os números hoje conhecidos são vistos como desanimadores pelos analistas que antecipam que o governo chinês não terá outra alternativa que não avançar com medidas que permitam injectar um novo ânimo à procura doméstica e alcançar as metas de crescimento da China.

“Os dados de Outubro do comércio mantêm a pressão para mais alívio doméstico” afirmou à Bloomberg Louis Kuijs, responsável da Oxford Economics em Hong Kong. “As medidas provavelmente irão continuar a focar-se mais em estimular a procura interna do que no enfraquecimento da moeda”, acrescentou. Já Rajiv Biswas, economista-chefe da IHS Global Insight em Singapura referiu que “com os dados económicos recentes a continuar a indicar alguma moderação no crescimento económico chinês durante a segunda metade de 2015, o governo chinês deve utilizar medidas de estímulo monetário e orçamental adicionais de modo a lançar o crescimento do produto interno bruto em 2016”.

Na semana que agora começa é esperado que sejam conhecidos novos dados que deverão mostrar a deflação contínua no sector industrial, bem como o abrandamento dos preços no consumidor, em Outubro para 1,5% em termos anuais. Dados que deverão suportar ainda mais a expectativa de que sejam tomadas novas medidas de estímulo pelo Banco Popular da China.

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