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China comprou US$ 5,4 bilhões a menos do Brasil entre janeiro e junho de 2015.

A China é responsável por 33% da retração de US$ 16,2 bilhões nas exportações brasileiras no primeiro semestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. O país asiático continua sendo o maior importador do Brasil, comprando o dobro do segundo colocado, os Estados Unidos. Na lista das maiores economias, no entanto, as posições se invertem e a China ocupa a segunda posição enquanto tem registrado resultados ruins em sua economia.

A retração no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês já era esperada e projetada, tanto por economistas quanto pelo próprio governo, o que não pode ser encarado como um problema se visto isoladamente. No segundo trimestre de 2015, houve crescimento de 7%.

No mês de julho, o país passou por turbulências em suas bolsas e foi obrigado a tomar medidas rigorosas para conter maiores quedas, após o principal índice da bolsa de Xangai registrar perdas de 5,9% em um único pregão, no início do mês.

A queda nas bolsas acendeu um sinal de alerta no mercado internacional no início do mês, que foi aliviado quando as medidas fizeram efeito nos pregões seguintes. O governo ordenou que as companhias estatais comprassem ações e aumentou a quantidade de papéis que as empresas podiam adquirir, além de prometer a manutenção da liquidez e do crédito aos investidores.

Dias depois, no pregão de 27 de julho, Xangai voltou a registrar nova queda, desta vez de 8,48%, o que voltou a chamar a atenção dos investidores a respeito da situação do país. As bolsas não representam grande percentual em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) como em outras economias como os Estados Unidos e por isso não necessariamente têm impacto na economia externa, mas pode ser interpretado como um pequeno sinal de desarranjo quando se faz uma análise um pouco mais ampla. No mesmo dia, foi divulgado que os lucros das maiores empresas chinesas caiu 0,7% no primeiro semestre do ano.

Segundo o diplomata e sócio da Kemu Consultoria, Marcos Caramuru de Paiva, “a queda [do dia 27] mostra que as medidas adotadas para estimular o mercado têm seus limites. O mercado precisava realizar ganhos e o investidor individual não está mais presente para garantir o volume de compras”.

Agora, é a vez do PMI. O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês), registrou o pior nível dos últimos dois anos, com 47,8 pontos na leitura final de julho. Abaixo de 50, significa contração de atividade econômica. Os dados foram divulgados pela Markit e pela Caixin Media na noite deste domingo (2), horário de Brasília.

Entre os principais produtos e países, as exportações brasileiras registraram recuo de 14,66% entre janeiro e junho de 2015, na comparação com o mesmo período do ano anterior. As vendas para a China, entretanto, caíram 22,64%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Foi a quinta maior queda entre os 12 países que mais importam produtos brasileiros, mas que representou fatia de 33% do volume total de exportações do Brasil.

O que o Brasil importa da China também diminuiu, mas em percentual menor. A queda foi de 9,16% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014, o que fez a vantagem brasileira na balança comercial entre os dois países diminuir. Em 2014, o Brasil teve superávit de US$ 5,4 bilhões, enquanto em 2015, este número caiu para US$ 1,7 bilhão.